Exportações baianas têm queda de 8,6 por cento no semestre
As exportações baianas voltaram a reduzir o ritmo em junho - queda de 14,3% em relação a maio, o que levou o montante do semestre a alcançar US$ 4,7 bilhões, o que representa uma redução de 8,6% em relação a igual período de 2012. Apesar da maior rentabilidade advinda da desvalorização de 8,4% do real, em relação ao dólar desde o início do ano, as exportações se ressentiram da redução dos embarques de derivados de petróleo, principalmente no primeiro trimestre. As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).
Para o Coordenador de Comércio Exterior da SEI, Arthur Cruz, o comportamento do setor Petróleos e Derivados é fundamental para explicar a queda das exportações baianas neste ano, em relação a 2012. “A principal razão do desempenho negativo é a persistente queda - que chegou a US$ 430 milhões no semestre - nas transações de petróleo e derivados, o que equivale a uma redução de 42,2%, comparado ao mesmo período do ano passado. Se retirarmos o setor petróleo e derivados da base de comparação, para os dois anos, as exportações alcançariam praticamente o mesmo volume do ano passado (US$ 4,1 bilhões), o que seria razoável para 2013, marcado ainda pela debilidade dos mercados desenvolvidos”, explica Arthur.
As causas para esse comportamento no setor de Petróleo e Derivados decorrem da produção menor, principalmente no primeiro trimestre, por conta de paradas programadas para manutenção da refinaria, do aumento do consumo interno e da queda nos preços médios, que no caso do óleo combustível chegou a 12% comparados ao primeiro semestre do ano passado.
Também influenciaram no desempenho negativo do semestre a queda nos preços das commodities, o menor volume de embarques de produtos agrícolas afetados pela seca, e a redução da demanda em seus principais mercados, com exceção da Ásia.
Entre os setores com maior destaque nas vendas externas do período estão o automotivo que cresceu 45% estimulado pelo aumento da demanda dos argentinos, que passaram a investir na aquisição de veículos e o setor metalúrgico com aumento de 40,4%, ditado pela normalização da produção de catodos de cobre.
A China continua a conquistar cada vez mais espaço no destino das exportações baianas. O país respondeu por quase 20% das vendas da Bahia no período, com crescimento de 71%. Todos os outros principais mercados, UE, EUA, Mercosul e América Latina registraram quedas.
Já as importações, impulsionadas pelo aumento da atividade produtiva e dos investimentos, cresceram no primeiro semestre 3,5% alcançando US$ 4,1 bilhões. Com esses resultados, a Bahia produziu um superávit comercial de apenas US$ 620,4 milhões no período, 47,5% inferior a Jan/Junho de 2012. As exportações baianas representaram 4,1% das exportações brasileiras e expressivos 61% das exportações do Nordeste.
A alta do dólar, a desaceleração esperada para a atividade doméstica e a entrada com mais força da produção do agronegócio na exportação do segundo semestre, deve melhorar o desempenho exportador do estado no ano, com previsão de ser manter as vendas ao exterior em patamar próximo ao verificado no ano passado (US$ 11,3 bilhões) e em 2011 (US$ 11 bilhões).